Compulsão Alimentar – o que não é?Fome emocional vs Compulsão Alimentar

Compulsão AlimentarDistorção da imagem corporalPsicologiaTratamento

Exagerar num casamento, numa festa ou num almoço de domingo entre amigos e família são ocorrências comuns e que podem ser consideradas normais.
Comer porque está cansada, triste, entediada ou, particularmente, stressada também acontece ao comum mortal.
É comum confundir-se comer exageradamente e comer emocional com a perturbação do comportamento alimentar – Compulsão Alimentar, mas não é bem a mesma coisa!

 

 

 

O que é Compulsão Alimentar?

A compulsão Alimentar é uma perturbação psiquiatrica que envolve um conjunto de critérios muito específicos:

  • Comer mais rápido que o normal;
  • Perda de controlo ao comer;
  • Comer grandes quantidades de comida, mesmo sem fome física;
  • Comer sozinho por vergonha;
  • Sentir-se enojado, triste ou culpado depois de comer demais;
  • Ocorre pelo menos 1 dia por semana durante 3 meses;
  • Não é seguida de comportamentos compensatórios.

Causas da Compulsão Alimentar?

Diversas são as causas da Compulsão Alimentar, mas de uma forma geral estão relacionadas com as seguintes questões:

Insatisfação com a imagem corporal – o não aceitar o corpo e mesmo incapacidade em se ver ao espelho está muitas vezes na origem e manutenção do quadro.

Realização de dietas restritas – o vário histórico de dietas sem acompanhamento ou feita de forma muito exagerada faz com que o corpo as percepcione como evasivas e prejudiciais e encontre recursos de voltar a ser alimentado. Por outro lado a privação severa aciona na mente o desejo de querer mais dos alimententos considerados proíbidos.

Stress e ansiedade – A comida surge como o ansioltítico que impede a pessoa de lidar com as situações. A pessoa acaba por comer para não lidar com as questões que não sente ter capacidade de lidar e que, aos seus olhos, lhe trariam mais stress e ansiedade.

Traumas – muitas vezes a comida é desencadeada por acontecimentos que trazem um enorme sifrimento e mau estar emocional e que acabam por ser gatilho para a manutenção dos episódios, quer seja por meio da recordação ou acontecimentos onde haja a associação.

O que é comer emocional?

O comer emocional acontece quando a pessoa se alimenta mesmo na ausência da fome fisiológica. Isto pode ocorrer por várias motivos mas são sempre para atender a emoções. As emoções podem ser de indole positiva ou “negativa”, ou seja, pode comer porque teve um péssimo dia e se sente exausta ou porque teve um dia maravilhoso e merece celebrar.

Recorrer à comida nestes dois casos é normal. A fronteira entre o que possa ser considerado um comportamento “normal” ou preocupante é a frequência e a intesidade com que é feito. Quando a pessoa aprende a associar a comida à sua forma de lidar com as situações, que remete para emoções, passa a ser preocupante. O cérebre, por repetição, aptrende que a comida é um refúgio para lidar com os sentimentos e emoções.
Os próprios alimentos escolhidos produzem uma experiência hedônica, prazer, conforto, alívio… o aque intesifica a criação da associação. Por norma são alimentos mais processados quer se trate do sabor doce quer do salgado.

 

Tratamento para a Compulsão alimentar e comer emocional

Não existe um caminho único nem formulas milagrosas. O processo é individual, leva tempo e requer muita tolerância e envolvimento.
No entanto existem estratégias que sim são necessárias e tornam o progresso possível

Dormir bem- O sono é reparador e tem muito impacto na produção de hormanas, nomeadamente, da grelina (hormona da fome), leptina (hormona da sacieddae), cortisol (stress) e endorfinas (hormonas da felicidade). Por isso se dormes bem a probabilidade de teres menos fome, mais saciedade, menos stress e andares mais feliz fica aumentada, sendo que o contrário também é válido.

Uni doses de prazer – Todo o Ser Humano se reje pela proximidade ao prazer. Antecipares o que a comida te traz com atividades planeadas e promovidas por ti ao longo do dia é essencial. Não é preciso muito, apenas estares alerta para isso. Pode ser desde rotinas de auto-cuidado, dançar, telefonar a alguém, ouvir uma música ou podcast que gostes…as possibilidades são imensas e o que importa é que tenhas ‘escapes’ ao longo do dia.

Gestão emocional- Ninguém recupera de uma perturbação do comportamento alimentar sem aprender a identificar, interpretar e lidar com as suas emoções. É inegociável! Ler o que se está a pensar dentro de ti e gerires sem teres de recorrer à comida para o fazer.

Energiza-te – Da maneira que mais gostares e conseguires manter. Mexe-te que toda a “boa” cascata hormonal esteja a teu favor. Já há inumera evidência científica que correlaciona a prática de atividade física à melhora da saúde mental (ansiedade, depressão, perturbações do comportamento alimentar).

Procura ajuda profissional especializada na àrea das perturbações alimentares – Será necessário uma equipa interdisciplinar (psicólogo, nutricionista, psiquiatra). O psicólogo será uma ajuda preciosa na medida em que o ajudará a ter uma maior consciência do que se passa consigo, a reconhecer as suas emoções e lidar com elas. Também trabalharão em conjunto estratégias de maior controlo alimentar e de resgate de uma relação saudável com a comida.

Eu e a minha equipa estamos disponíveis para te ajudar a alcançar a vida que mereces.

Conclusão

O termo ‘Compulsão Alimentar’ está hoje em dia, erradamente, muito vulgarizado. Todas as pessoas cometem exageros alimentares de forma pontual. Isso é normal, comum!

Compulsão alimentar é uma doença psiquiátrica, tem critérios específicos e vai muito além do repeti “3 vezes” ou “comi uma tablete de chocolate inteira”. Na compulsão alimentar há uma real perda de controlo e uma relação doente com a comida que extrapola o momento do episódio.

Embora se deva alertar para o perigo por detrás da fome emocional, se servir como a única forma de lidar com as emoções, não não é a mesma coisa!

Olá, sou a Maria Duarte

×