Doses saudáveis de dor

Um dia destes em conversa com uma amiga chegamos à brilhante conclusão que problemas todos temos, caso contrário viveríamos num conto de fadas!

Concordei, mas inconscientemente não totalmente convencida, recuei no tempo, recapitulei os desenhos animados da Disney e deparei-me com alguns vilões legendários. Verdade, mesmo no conto de fadas as princesas passaram por tormentas bem difíceis entre o “Era uma vez” até ao “e foram felizes para sempre”.

Doses saudáveis de dor

Não me vou alongar muito no conto de fadas, até porque facilmente escreveria umas tantas páginas com facilidade. Mas até aqui a sequência de alguns filmes para a parte II nos revelaram que mesmo após o “foram felizes para sempre” sempre houve caminhos tortuosos até à posterior felicidade.

Doses saudáveis de dor

Freud deixou-nos a seguinte afirmação “Um dia, em retrospetiva, os anos de luta parecer-nos-ão os mais belos”. Há uns anos atrás não poderia conceber tal ideal, simplesmente não encaixava em mim o seu significado. Hoje, não só subscrevo cada palavra como honro a frase na íntegra por tudo o que lhe está subjacente.

Problemas sempre houve e sempre haverá. Ponto. Porque não aceitar essa realidade? Porquê apenas colocar um penso rápido se a ferida lá continua? Porque não irmos aprimorando os dotes de enfermagem para as futuras feridas que surgirão? Porque não encarar os problemas como desafios ,normativos, que sempre nos irão acompanhar e fazer deles o nosso maior trampolim para a mudança?

Acredito que a luta, dor, raiva, desespero dá um outro sabor à vida, quando olhada em retrospetiva, quando se consegue extrair daí os seus frutos (nem sempre fácil e atingível, eu sei). Acredito que não podemos controlar tudo o que “de mau” nos acontece, mas controlamos a forma como interpretamos e reagimos a esses acontecimentos. Acredito que a adversidade e o fracasso são motores de excelência para o nosso fortalecimento. Acredito que a dor tem um propósito.

Coloco para mim as seguintes questões “Que dor quero ter na minha vida?”, “Por que desejo lutar?”, “Que lição vou retirar daqui?”.

Olá, sou a Maria Duarte

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