O que são dietas restritas?

As dietas restritas são aquelas nas quais um alimento ou grupo de alimentos são excluídos da alimentação da pessoa. Acontece por algum motivo específico (intolerância, por exemplo), relacionado com a promoção de saúde/bem-estar. Neste caso em concreto estas medidas nutricionais são positivas e terapêuticas e sob o olhar e acompanhamento de um profissional de saúde.

Quais os perigos para o corpo por de trás de dietas restritas para emagrecimento?

Existem várias regras em torno das dietas restritas, mas há um denominador comum – uma alimentação baixa em calorias!


Independentemente da estratégia utilizada sabe-se que trará riscos à saúde, todo o “carro precisa de combustível para andar”. A alimentação faz parte da vida quotidiana e inclusive socialização (reuniões, datas comemorativas, festas) também o faz e é tantas vezes vista como um estorvo, um problema. As dietas restritas acabam por ser a solução milagrosa para essas visões deturbadas sobre a comida, no entanto trazem inúmeros prejuízos à saúde, nomeadamente:

• Metabolismo lento;
• Défice nutricional;
• Enfraquecimento ósseo;
• Redução da fertilidade;
• Aumento da fadiga;
• Diminuição do sistema imunológico;
• Perda de massa muscular;
• Perda de cabelo e enfraquecimento das unhas.

 

Dietas restritas e o risco de desenvolvimento de Perturbações Alimentares.

Vários são os estudos que correlacionam dietas restritas com o objetivo de emagrecer com o desenvolvimento de perturbações do comportamento alimentar. No estudo Restrictive diets and the risk of development of food compulsion in adolecents o autor esclarece que da análise do estudo os resultados evidenciam uma relação entre a prática de dietas restritas e o desenvolvimento de Compulsão Alimentar, com maior prevalência de casos em adolescentes, do sexo feminino. Alertando também para um maior risco de depressão e ansiedade e prejuízos nos hábitos alimentares a longo prazo.

No artigo Práticas indiscriminadas de dietas de emagrecimento e o desenvolvimento de transtornos alimentares diz-nos que “a prática de dietas representa um risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares até 18 vezes maior”, por isso essa prática deve ser fortemente desaconselhada e sempre que possível supervisionada por profissionais capacitados.

Verifica-se, atualmente, um aumento do número de dietas de emagrecimento, muito fomentado por um padrão de beleza de corpos cada vez mais magros associados a imagens de sucesso, estabilidade financeira, qualidades, estabilidade emocional, autocontrolo, pertença e por isso a tal dieta de emagrecimento acaba por ser a solução para todos os problemas. No entanto essa solução pode trazer problemas e problemas graves na medida em que pode comprometer gravemente a saúde.

Verifica-se, também, que esse aumento do número de dietas de emagrecimento é acompanhado do número de casos de perturbações do comportamento alimentar a que já tenha predisposição. Será coincidência?

Porque dietas restritas não funcionam?

Pelas mais variadas razões já aqui mencionadas torna-se justificável apontar que dietas restritas de emagrecimento não são benéficas em nenhuma idade e nenhum corpo. A ciência tem vindo a tornar cada vez mais claro esse facto. Traz prejuízos à saúde física e psíquica porque ativam circuitos cerebrais que provocam ainda mais fome e deixam as pessoas mais vulneráveis a cometer mais exageros.

 
Isto acontece porque vai desregular as hormonas de fome e de saciedade (grelina e leptina). Acaba por gerar culpa e frustração, mas é algo fisiológico que ultrapassa o tal ‘foco’ que tanto se apregoa. Vai muito além do “eu sei o que tenho de fazer, mas depois não consigo”.

4 motivos pelas quais as dietas restritivas para emagrecer não funcionam:


O risco de voltar a engordar o peso perdido é enorme:
75% das pessoas que emagrecem por esta viam voltam a recuperar o peso e isto acontece porque não há uma efetiva reeducação alimentar e não se toma em consideração outras variáveis (contexto social, histórico familiar, fatores genéticos, alteração comportamental e de hábitos) e há uma diminuição do metabolismo como proteção do próprio organismo.

Provocam fome e desejo:
Ao restringir calorias e até grupos alimentares vai comprometer o normal funcionamento do organismo a vários níveis internos, nomeadamente os níveis de grelina (hormona da fome) no estômago vão aumentar o que fará com que se sinta uma enorme dificuldade em controlar o que se come e se cometam exageros ou descontrolos alimentares.

Podem incitar o desenvolvimento de doenças
Não é preciso cometer loucuras que comprometam a sua saúde física e mental. Já foi dito atrás os perigos por de trás de dietas restritas de emagrecimento. Para além de poderem impulsionar o desenvolvimento de doenças físicas e mentais também podem provocar mal-estar e baixa-autoestima e baixa-autoconfiança.

 

Causam sentimentos punitivos
Isto acontece porque as dietas restritas de emagrecimento ensinam que existem alimentos “bons”/ “maus”, “permitidos”/ “proibido” o que promove uma avaliação sobre a alimentação. Logo quando a pessoa come algo que foge a essas regras sente-se culpada, frustrada e incapaz. Corre-se o risco de entrar em ciclos auto-destrutivos.

Conclusão

A restrição alimentar de emagrecimento constitui um fator de risco para alterações no comportamento alimentar. Embora os estudos mostrem essa relação, os mesmos também sugerem a necessidade de mais estudos e mais robustos capazes de fortalecer ainda mais esta relação.

No entanto, e tendo por base, todas as amostras já existentes torna-se claro que as implicações que as restrições alimentares, sob uma forma não acompanhada, traz são nefastas e podem mesmo acarretar consequências muito graves, não devendo por isso ser motivadas seja por que intenção e meio for.

Olá, sou a Maria Duarte

×